Fico imaginando como tudo
começou, quando é que entramos nesse colapso de comportamento atual, como
chegamos a essa era em que tudo gera dúvida, e se é causa então existe um ponto
de partida, e logo então vem o efeito, e isso, são leis do universo, não
negociáveis.
Tudo se inicia ao ouvir,
exaustivamente, sobre cavalheirismo. Sim, esse vocábulo, que, por vezes, parece
inexistir. Ouvir? Cavalheirismo? Não, ouvir sobre a falta dele.
Há um contrassenso. Isso
realmente se perdeu, ou está adormecido e impregnado com os medos de quem já
foi repelido?
Ser cortês, cavalheiro, está
sendo confundido com abusado, intransigente, e até pode ser sinônimo de flerte.
Mas quem o interpreta dessa forma?
Ainda não está entendendo? Vamos aos fatos...
Atualmente, se um homem é gentil
com uma mulher, se levantar para ela sentar, se abrir portas (em qualquer
lugar, carro, estabelecimentos), se der um sorriso, um bom dia, isso pode gerar
certo desconforto, e aí mais uma vez indago. Tempos Modernos. Tempos Difíceis.
Há tempos, quando ainda não
existia o tal feminismo – e aqui um ponto, feminismo não é o antônimo de
machismo, feminismo significa igualdade, direitos equânimes – os homens, por
considerar a mulher o sexo mais frágil, tentava compensar isso, sendo o mais
delicado possível, e de certa forma coerente ao tempo em que viviam.
Não estou falando das implicações
que, ser mulher numa época exclusivamente machista implicava, não estou falando
de um tempo tão remoto, estou redigindo sobre os anos 70 a 90, em que respeito
não precisava ser praticado, era algo comum e natural, obrigatório aos homens
de bom coração.
Com o famigerado “espaço
conquistado” também se perdeu o bom senso, o homem, com medo das represálias
que sofre por quem se diz “feminista”, acaba ficando em seu canto, acuado, e
sem saber se tal ato cria uma desconfiança alheia, com receio de que tal
atitude o leve a máxima de que, “todo homem não presta, só está fazendo isso
para me apanhar”.
Sabe o que é mais interessante? É
ver mulheres procurando por um príncipe encantado e se comportando de forma
alheia. Já pensou que também os homens estão procurando princesas? Àquela,
meiga, cheia de ternura, que cuida do seu homem, que sabe agradar, que não
briga por coisas inúteis e vãs, prendada, e que, acima de tudo sabe ser mulher
na privança.
Homens também têm culpa, e muita.
E um provérbio popular, um tanto esdrúxulo, verdade, mas simples é: “homem que
procura mulher pela bunda, não pode reclamar por ter um relacionamento de mer**”.
Sabe o macho, pegador, que na
balada ou carnaval pega geral? Pergunta quantas “dessas” cuidaram dele quando
estava ao menos com a popular virose? Quantas o colocam pra cima, de cabeça
(pensante) erguida? Quantas o apoiaram em suas decisões difíceis?
Pele envelhece, corpo cai, cabelo
descolore, e o que vai sobrar?
Roberto e Erasmo, em uma de
muitas de suas composições, captaram a essência de uma mulher, que não está nos
padrões impostos por uma sociedade decadente, analisaram o passado, àquela
época em que amor não era item raro, quando escreveu: “... Já no passado os
mestres da arte diante da formosura. Não dispensava o charme de uma gordinha em
sua pintura”. E completa com: “Coisa bonita, coisa gostosa, quem foi que disse
que tem que ser magra pra ser formosa? Coisa bonita, coisa gostosa, você é
linda é do jeito que eu gosto é maravilhosa”.
O amor deveria transcender as
barreiras do físico, deveria transpassar o corpo atingindo a alma, pois beleza
é algo intrínseco ao ser, mas vem de dentro para fora e não o contrário.
Resultado de tudo isso? Pessoas
vazias beirando os 40. Enquanto que, os antiquados, como eu, estão sendo felizes
há anos – pouco mais de uma década – mas com o sentimento estampado, que reluz até
aos olhos mais desatentos.
Ser feliz só depende de uma
coisa, QUERER. Quando se quer algo, busca-se, não travestido de dogmas e
paradigmas, esquadrinha-se um caminho e esquece-se de todo o resto, inclusive àqueles
velados por poder e status.
Amor não está à venda, não é algo
que se acha em lojas de departamento, até se consegue companhia, mas continua
viajando na longínqua terra do vacivu.
E, quando perceber estará num
abismo, cheio de realizações físicas, mas com a sensação de que poderia ter
feito tudo diferente. O arrependido. Não poderá voltar, pois a vida não é uma
pintura a lápis. Escolha ser o Da Vinci agora, pois o tempo não perdoa, corre
para os bons e maus; e você, quem é?
Nenhum comentário:
Postar um comentário