sexta-feira, 2 de maio de 2014

Yoshi's New Island – Um jogo mal interpretado.




Sem usar os clichês de outros reviews, que começam contando a história do adorado jogo antecessor, afirmo categoricamente que este é um jogo muito bom. (Ponto Final)
As análises feitas outrora sempre banham os escritos com referências ao saudoso Yoshi’s Island (subtítulo de Super Mario World 2), porém, não deveria ser assim, e, se analisado do ponto de vista intrínseco ao jogo, toda a visão, inclusive a periférica, muda, e aí, certamente você dará uma chance a mais uma cria da Nintendo.

Com carismáticos cenários, que mais parecem rabiscados com giz de cera, embora a mim parece mais uma pintura a óleo, músicas que grudam em sua mente (embora alguns achem infantis) e uma atmosfera “New”, essa simpática série retorna dos seus tempos remotos para o atual 3DS, resgatando elementos clássicos de suas últimas versões com interessantes novas ideias. Ao longo dos diferentes estágios, Yoshi’s New Island mantém o mesmo level design do seu antecessor de 1995, principalmente a qualidade. Ar nostálgico e jogabilidade realmente divertida, seus elementos mais fortes são todos resgatados.


Aqui, alguns torcem o nariz, dizem que deveria haver “inovação” e que as “inovações” implantadas não se encaixaram com primazia ao jogo. Enfim...


A história tem lugar muitos anos antes, quando os irmãos Mario ainda eram bebês. A cegonha, responsável por entregar os bebês, foi atacada em pleno ar pelo feiticeiro Kamek. No meio da algazarra, Luigi acaba por ser raptado e Mario cai precisamente no meio de uma assembleia de Yoshis, na “nova” ilha de Yoshi, ali reunidos para arranjar uma forma de expulsar o Bowser, também bebê. Este havia transformado a ilha no seu retiro de férias.
Assim que Mario toca no chão, depois de usar a sua fralda como paraquedas (calma, a fralda estava limpa), começa a engatinhar à procura do seu irmão e os dinossauros decidem ajudar, um por nível para não cansar as costas. Se nunca jogaram Yoshi, vão gostar de saber que este não é igual a um Super Mario com tempo limite para apanhar cogumelos, flores, estrelas e moedas vermelhas (e aí é que está a grande sacada, se para alguns ficou pouco desafiante, de presente você terá um foco na exploração). Aqui somos encorajados a gastar o nosso tempo para colecionar tudo e explorar todos os cantos.
Outra grande diferença é a forma como os inimigos nos afetam, sobreviver na ilha de Yoshi é manter o Mario vivo e nas nossas costas a todo custo. Se o Yoshi for atingido, Mario sai flutuando numa bolha e temos menos de 30 segundos para recuperá-lo. Se não conseguirmos é Game Over e volta para o início da fase.


Uma adição muito legal, diria a mais legal (desde o Mario Gigante em New Super Mario Bros) são os mega-eggs ou egg-dozer. Yoshi agora é capaz de absorver inimigos de proporções gigantescas e transformá-los em ovos (e que ovo). Não preciso dizer que, ao atirar um destes ovos, deixamos um rasto de destruição por onde ele passa.





Há os estágios com veículos, lembra?
 


Yoshi pode se transformar em um balão, um trem ou até mesmo um submarino e seguir por pequenos caminhos buscando moedas e desviando de inimigos. Esses divertidos mini games são controlados pelo movimento do 3DS e não pelos direcionais. E é aqui onde a maioria dos reviews desce a lenha. Dizem que deixa tudo “muito lento e confuso”, que os controles parecem imprecisos e o resultado são jogos bem entediantes entre um estágio e outro, enfim; uma enxurrada de críticas. Claro que não carrega o brilhantismo das fases de Mario & Luigi Dream Team (caramba, inverter o 3DS para jogar com Luigi Gigante é épico demais), mas não é todo esse mar de lama que pintam não. É simples, mas funcional. Afinal, esse lance de giroscópio definitivamente é só perfumaria, e para os jogadores hardcores, totalmente dispensável.


Os gráficos são belíssimos, ainda fico bobo olhando tudo isso, e lembrando da sujeira que fazia, quando ainda criança, rabiscava na cartolina. Foi usado um estilo que mudou o original, que se baseava em arte de lápis de cera “acriançada” para criar um ambiente reconfortante e convidativo. Aqui o aspecto é mais uma pintura a óleo, feita com todo cuidado por uma criança que tem dotes artísticos. Não perdeu a originalidade do seu aspecto, com cada cenário diferente do anterior. Mas a paleta de cores ficou mais suavizada. É como uma pintura de uma criança mais dotada do que eu na arte de desenhar.


“...mas as cores não têm a “vivacidade” de anteriormente, e a passagem para uma mistura entre as duas e três dimensões, a imitar o aspecto pre-rendered de clássicos da Super Nintendo como Donkey Kong, acaba por ficar aquém do original...” ened3


Eu discordo do comentário desse site, que considerou o jogo medíocre, a paleta de cores, apesar de ser mais suave, ainda dá vida a tudo no jogo, e pensando em termos 3D, cores fortes demais acabam cansando num curto espaço de tempo, sem contar que hoje existem técnicas de programação para tudo, o que talvez não tenha sido possível no game de 1995 (alguém lembra dos erros de Mario, devido limitações da época, e que acabaram tornando o gorduchinho o  ícone de hoje?).


O jogo flui com excelência, os controlos continuam um show a parte, da mesma forma que há 20 anos.

Bom, se procura um jogo para rachar a cuca, nem deveria estar aqui. Se procuras diversão, plataforma, exploração e regresso a infância, esse é seu lugar. Não na sombra do antecessor, mas um jogo “novo”, quase um remake que trará ótimas lembranças de quando game era feito para se divertir, sem apelação e sem delongas. Vamos jogar?

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