Não há muito que se possa falar sobre
a história do jogo sem estragar a experiência de quem possa vir a jogá-lo. Diferente
de outros jogos, The cat lady não se
destaca por seus gráficos ou jogabilidade, e sim pela sua história. Não me
entendam mal, o jogo possui cenários muito bem feitos e a jogabilidade também,
embora poderia ser melhor, mas entrarei em detalhes sobre eles mais adiante.
Em The Cat Lady, você encarna Susan Ashworth, uma senhora triste,
solitária e depressiva. E não se enganem: é exatamente isso que você deve
esperar do jogo. O game é contado em forma
de capítulos e em cada um deles você conhece mais sobre o passado de Susan e o
que a levou a tornar-se quem é. Já no início, a nossa protagonista toma uma
dose de pílulas para dormir, com intuito de suicidar-se, e então o jogo começa.
A jogabilidade lembra bastante a de alguns gêneros mais antigos point-and-click,
como o da consagrada franquia Monkey
Island da Lucas Arts, onde você
precisa realizar uma série de tarefas e/ou usar e combinar itens para conseguir
outros, liberando acesso a locais e assim prosseguindo com a história. A única
diferença que em The cat lady você
usa o teclado ao invés do mouse.
As setas para direita e esquerda,
movimentam o personagem ou alternam entre itens do inventário. A tecla para
cima permite alterar entre opções e interações de item, assim como a tecla para
baixo que, além dessas também é usada para acessar o inventário. Por fim, a
tecla enter serve para mostrar as opções de um item e a tecla esc para abrir o menu de salvamento.
Parece simples, e é, mas a movimentação de Susan é lenta e isso me deixou
extremamente frustrado. Explico: não é possível correr, só andar. Não seria
problema algum, exceto que, em alguns cenários é preciso ir e voltar várias
vezes, o que faz com que uma simples tarefa demore muito. Esse simples fato me fez desejar matar Susan com minhas
próprias mãos.
Como o jogo não dispõe de um sistema
de salvamento automático, o indicado é salvar sempre que possível. Para criar
um save é necessário definir um nome
para ele, e eu confesso que levei um tempo para perceber que não são aceitas
letras, só números. Então fica aqui uma dica para quem for jogar e tiver
dificuldades com isso.
O jogo é totalmente bidimensional.
Os cenários são muito bonitos e conseguem se encaixar perfeitamente bem com a
temática do game. Alguns lembram quadros antigos, fotografias, abusando do
preto e branco e do sépia, com algumas cores em destaque, como o verde dos
olhos de Susan ou o vermelho do sangue. A trilha sonora é magnífica e,
juntamente com o cenário contribui para a imersão do jogador. A dublagem é boa,
com alguns problemas de sincronismo em alguns momentos, mas nada que atrapalhe
em nenhum momento.
Com uma atmosfera bem dark, e uma narrativa instigante, The Cat Lady leva o jogador para dentro
do mundo de Susan, fazendo-o sentir a dor dela, como se fosse dele. Devo
alertar, porém, que o jogo pode não ser indicado para todos os públicos.
Contando com altas doses de violência, sangue, mutilação, conteúdo sexual e
drama, o game pode ser visto como, no mínimo, perturbador.
Por trás de toda essa depressão, The Cat Lady passa também uma grande lição,
que leva o jogador a refletir melhor sobre as coisas que acontecem a sua volta.
Um ponto negativo é a falta de legendas em português, uma vez que o forte do
jogo é sua história, algumas pessoas acabam perdendo muitos detalhes da
história, o que é uma pena. Mesmo assim, recomendo o jogo para todos, pois
espero que os que venham a jogar tenham uma experiência tão incrível quanto a
que tive ao ver o mundo através dos olhos verdes de Susan Ashworth.
Nenhum comentário:
Postar um comentário